Susanna


Aquilo não parava nunca, nem mesmo de noite. 
Era nosso acalanto. 
Era nosso metrônomo, nosso pulso. 
Era a nossa vida medida em doses pouco maiores do que as benditas colherinhas de café. 
Colheres de sopa, talvez? 
Colheres de lata, amassadas, transbordantes de algo que deveria ser doce, mas era amargo e se esvaía, 
se derramava sem que pudéssemos sentir seu sabor: nossas vidas. 

— Susanna

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